quarta-feira, 14 de julho de 2010

UM POUCO DE NÓS MESMOS PARA RECEBER UM POUCO DO OUTRO

No quintal lá de casa havia dois grandes e belos potes, um deferente do outro. Certo dia fiquei imaginando como seria o diálogo entrer eles: Ah, que tédio! Que vida! Viver aqui, exposto a tudo, sol, vento, chuva, calor... por mais que eu proteja, como sobreviver? Aqui estou, perfeitamente tapado, lacrado para proteger-me e ainda assim sinto-me ameaçado, vazio. Não vejo graça em esta aqui. Francamente, o outro pote respondeu: Veja, eu me encontro aqui aberto, nada protege minha boca, ou melhor, meu interior. Cai a chuva, eu a recebo, vem o vento, eu o sinto bem dentro de mim. Vem o sol e ele leva as gotinhas para o céu. E nem por isso me sinto ameaçado... - Ora, grande vantegens! Sou interior não guarda mais a cor original como o meu. Você não é mais o mesmo! - Sim e isso me alegra. O meu interior se transforma a cada dia à medida que acolhe novas coisas. Posso sentir cada criatura que me visita e cada uma delas me deixa algo de si, assim como deixo para elas, pouco a pouco, a minha cor. - È mas você tem mais paz. A todo instante, você é solicitado, carregam você todo dia para levar água, ao posso que permaneçe no mesmo lugar. Ninguem me incomoda quando se aproxima, já sei que é você que eles querem. - Sim, se me solicitam é porque tenho algo a dar, e o que dou não é diferente do que você pode dar. Deixo-me encher pela água que cai da chuva, tanto para mim quanto para você. Encho-me até transbordar. Outros seres precisam dessa água e eu sirvo.  Esvazio-me e me deixo encher de novo. Assim, minha vida é um constante dar e receber. Enquanto isso, me desistalo, saio do meu pequeno mundo e vou ao encontro de outros mundos. Já conheço potes diversos,animais, pessoas e tantas outras coisas. E cada um me faz perceber ainda mais o pote que sou. - Não sei, se continuar assim, brevemente serás um pote quebrado, gasto e, então, de que adiantará tudo isso? - Se me desgasto a cada dia é para ser possível levar vida a  outros seres. Vejo que o mais importante não é ser um pote intacto, tal como quando fui feito, mas um pote de valor como estou me tornando. Se vou durar pouco tempo não importa, se o pouco que eu viver tiver  sentido, se me trouxer alegrias e me fizer sentir cada vez mais o que é ser pote, isso me basta... Há diversas maneiras de usarmos nossos dons. Podemos guarda-los conosco, intactos, sempre novos. Mas isso não terá sentido. Ao contrário, se usamos para levar vida às pessoas, nos desgastaremos, mas nossa vida terá mais sentido. O sentimento de realização será enorme. Nossa felicidade também. Façamos um esforço para tirar a tampa que nos protege, para sentir o sabor da transformação. A sensação de dar um pouco de nós mesmos para receber um pouco do outro compensa o esforço. é preciso deixar o nosso mundo egoísta para ganhar um mundo interior mais digno. Isso só é possível por meio da doação total a serviço dos outros.

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